
A medida em que me meço, as coisas vão mudando de tamanho.
Que metro mede o método que estou usando?
Que valor tem o tamanho que vejo?
Quanto pesa os meus pensamentos?
Quanto vale os meus sentimentos?
Até onde vai o meu desejo?
A cabeça está cheia
O pescoço alongado
O peito aberto
E o abraço apertado
A cabeça está oca
Os quadris se movimentam
Não só de beijo vive a boca
Ela também quer alimento
A cabeça está de molho
Rugas declaram a idade
A sentença não é consolo
Mas resultado da crueldade
A cabeça está a prêmio
Dê o seu fígado se quiser
Essa é a medida do milênio
Salve-se então quem puder
E se quiser quebrar a cabeça
Aproveite, este é o momento
Junto à você tem gente a beça
Inclusive os cabeças de vento
Eu tenho escolhido me jogar de cabeça
Sem me preocupar se ela vai quebrar
Quero cumprir é com minha promessa
E ver sua cabeça pensar
A medida em que me medi, as coisas mudaram de tamanho
O que era grande ficou pequeno
E demorado virou instantâneo
Se me perguntar como estava
Diria que submerso
As novas medidas que tirei
Representam o meu universo
Eliomar Bonavita
*Texto extraído do processo
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